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DOIS PESOS

UMA MEDIDA

Um solo de Priscila Patta

com trilha sonora original de Gui Ventura

"E no meio da rua, atravessando o viaduto, avistei-o sentado.

Parei, Conversamos, e caminhamos de volta. Juntos. Ele me beijou docemente a face.

E segui sozinha.

Chorando de raiva...                                                                                                     e amor."

Para que servem os encontros?

Priscila Patta nos convida em DOIS PESOS, UMA MEDIDA, a participar de uma estória/história a dois (que podem ser mais), a partir de um espetáculo que propõe a utilização dos espaços físico e subjetivo, e do público presente (real e imaginário), como um potencial de e para um encontro.
Assim, este “outro”, ao longo da construção narrativa cênica, é transportado para a arquitetura local, que assume a função metafórica de algo ou alguém cujo qual a personagem conhece ou gostaria de ter conhecido, e com o qual estabelece sua primeira possibilidade de encontro. 
A poética deste solo de dança está ancorada nas paisagens centrais da cidade de Belo Horizonte, que mesclam a forma curvilínea da arquitetura centenária à retidão da arquitetura contemporânea. Ambas coloridas por grafites, pixos, cartazes, transportes, chicletes, bitucas, gente que passa, gente que fica, lixo, árvores floridas e outros registros de encontros que ali ocorreram. Não apenas a poética se dá na mescla de paisagens do centro de BH, como da beleza subjetiva e quase imperceptível neste mesmo centro facilmente classificado como caótico e violento e sujo. Um local de passagem, não de ficada.  Onde reside o belo por cima de tantas camadas? Para tanto, a trilha sonora original foi criada em conjunto com a corporeidade da obra. Os instrumentos de corda escolhidos representam a complexidade das relações – para o bem e para o mal, mas sempre foca na busca por algo que seja atravessador pela sua despretensão. O desenho de luz inicial anuncia uma penumbra que propositalmente dificulta enxergar a pessoa vestida de negro por detrás da voz que diz coisas em tons oscilantes entre o muito baixo e o audível. Um foco branco até a cintura da performer ilumina o par de canecas que se transformam em objetos tanto pessoais, como em compartilhados – como um binóculo, um telefone ou um par de taças. Outro foco é aberto no canto oposto do palco, desta vez verde, simbolizando o oposto da luz vermelha caricaturalmente associada às casas de prostituição. Sob este foco a bailarina se desnuda não para oferecer o seu corpo em trabalho, mas para oferecer o seu corpo como quem busca desesperadamente outra pele para se vestir. Um vestido curto branco, marcado com flores brancas em relevo, traduz as paisagens antiga e moderna, e contrasta com a pele morena que o veste, dando leveza e contorno ao corpo da performer. Luzes cor de rosa lavam o palco no desenrolar da obra até o final, onde flores de papel higiênico brancas chovem sobre a bailarina ao som de uma belíssima melodia de viola caipira. Estas flores representam a ressignificação de um símbolo que pode ser lido pejorativamente como algo ruim. O papel higiênico é o objeto que recebe os nossos dejetos, ou os nossos restos. Aquilo que não presta mais, que não tem mais serventia, e que se não for posto para fora, pode até fazer mal. Igualmente aos moradores das ruas do centro de BH, igualmente às pessoas que nos são caras e que com a desculpa dos afazeres diários deixamos de estar com elas como mereciam... Este objeto é então transformado nas flores que delicadas, colorem e que perfumam a cidade. Flores que chovem suaves e leves neste corpo que buscou muito nestes encontros se tornar ele mesmo em algo poético, suave, leve, dócil, agradável. Após lavar a personagem, a obra finaliza com o palco vazio da performer, porém cheio de uma nova arquitetura. Desta vez mais “naturalizada”.
A ideia de falar sobre algo que não é exatamente a pauta do momento, pelo menos no que diz respeito ao país ou ao mundo, surgiu exatamente da urgência em olhar para outros aspectos da nossa existência, e que também compõem o nosso cotidiano e nos compõe consequentemente. 
Nada tem a ver com a negação do que está posto. Mais do que isso, este solo ambiciona uma ampliação do olhar para o nosso tempo e para o nosso dia-a-dia.

 

DOIS PESOS, UMA MEDIDA, tem até o momento um público médio de 500 pessoas. Estreou em Belo Horizonte, em dezembro de 2016. Circulou por oito cidades brasileiras em 2017: Palmas/TO, Belém/PA, Fortaleza/CE, Recife e Olinda/PE, Natal/RN, Salvador/BA, Maceió/AL, pelo prêmio Klauss Vianna 2015, via coletivo #Tapiocatouch. E em San Luis Potosi/México, em 2017, como convidado do evento CampiN, sendo o PRIMEIRO SOLO BRASILEIRO em cinco anos de evento.

registro de Pablo Bernardo - BH/MG

Registro de Paulo Gomes - Belém/PA

Este espetáculo circulou por:

BELO HORIZONTE/MG

PALMAS/TO

BELÉM/PA

FORTALEZA/CE

MACEIÓ/AL

SALVADOR/BA

RECIFE/PE

OLINDA/PE

NATAL/RN

SAN LUIS POTOSI/MEXICO

PARA CONTRATAR ESTE ESPETÁCULO:

codigomovimento@yahoo.com.br

55 31 99393-2010

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